sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O Sono

Sono está sujeito a consideráveis variações individuais, desde o nascimento e durante toda a vida do indivíduo. Cada criança tem suas necessidades, ritmo, individualidade. Por essa razão, não há uma resposta padrão para a quantidade certa de horas que uma criança deve dormir.

O sono é muito importante, pois está comprovado que dormir contribui para o desenvolvimento cerebral. Pesquisas mostram que entre três e seis meses de vida, toda vez que a criança adormece, são formadas proteínas fundamentais para a memória, desenvolve-se a capacidade de aprendizagem e ocorre o crescimento corporal.

A fase REM (iniciais de rapid eye movement ou movimento ocular rápido) proporciona organização: nessa fase (quando o sono é mais leve) acontecem os sonhos, que ativam o metabolismo e assim o cérebro se organiza.

Conforme a criança vai crescendo, o sono se torna mais profundo, evidenciando a etapa de NREM (iniciais de non-rapid-eje-movement). O sono profundo traz descanso para o corpo e menor atividade muscular e física.

Os recém-nascidos dormem praticamente o dia todo, acordando apenas por fome ou outra sensação de desconforto. Eles acordam para mamar, trocar fraldas ou então para tomar um banho refrescante. Após ter suas necessidades satisfeitas, logo voltam a se embalar num sono gostoso.

Alguns recém-nascidos chegam a dormir 21 horas por dia, alternando sono e vigília em intervalos curtos, aproximadamente de três em três horas. Às vezes, as cólicas atrapalham esse momento de descanso, fazendo com que o bebê acorde várias vezes durante a noite.

Por volta dos dois meses, as crianças começam a dormir de sete a oito horas seguidas, geralmente durante a noite. No decorrer do dia, dormem em intervalos outras dez ou doze horas. O período de sono diurno diminui gradativamente à medida que o desenvolvimento lhes permite interesses cada vez maiores pelo ambiente, participando ativamente da vida familiar.

Entre seis e sete meses estarão dormindo de dez a doze horas à noite, de uma a duas horas pela manhã e de duas a três horas durante a tarde. Até o fim do primeiro ano de vida, continuam dormindo duas vezes durante o dia, mas essas sonecas são necessárias em intervalos mais espaçados. A chupeta acaba sendo um recurso muito utilizado nos momentos de sono, pois sugando (necessidade intuitiva) o bebê permanece.

Algumas crianças dormem tanto durante o dia que à noite não querem saber de cama. Tranqüilo, alegre e essa sensação lhe proporciona muito prazer. Estudos estatísticos mostraram que para uma criança de dois a três anos, a necessidade de sono pode variar de oito a dezessete horas a cada vinte e quatro horas.

Algumas crianças dormem tanto durante o dia que à noite não querem saber de cama. Quando essa situação acontece, é sinal de que o sono da tarde não é mais necessário. O hábito de dormir à tarde deve ser abolido gradativamente, para que à noite a criança durma naturalmente, repondo o sono de que habitualmente necessita.

Alguns pais estimulam a criança a dormir à tarde. Quando chega a noite, a criança está a mil por hora, não permitindo que os pais descansem. A melhor forma de manter a criança acordada é criar atividades interessantes, que atraiam sua atenção. De um jeito lúdico, prazeroso e sem imposições, ela acaba se adaptando à nova rotina de sono.

Quando a criança necessitar ir para escola, estará acostumada a permanecer acordada e conseguirá aproveitar muito bem o ambiente e as atividades escolares. Nenhuma criança vai para cama espontaneamente, sem que lhe peçam e ensinem, sem a existência de regras constantes.

Por volta dos dois anos, algumas crianças podem reclamar ou mesmo ter crises de birra ao serem colocadas na cama. Em parte, esta situação deve-se ao fato de elas estarem entrando na fase do negativismo próprio dessa idade, e também devido às sonecas da tarde (de três a quatro) que, conforme já mencionamos, devem ser diminuídas.

A rotina familiar é muito importante, pois cada criança pode responder de forma diferente a uma conduta familiar que julgamos inadequada, que na verdade faz parte da realidade familiar.
Por exemplo: numa família em que toda a atividade se dá à noite, pela ausência da família durante o dia, a criança, dentro da normalidade, só teria esse período para contatar e receber os estímulos necessários ao seu desenvolvimento.

Além disso, precisa de afeto e segurança. Por isso se nega a dormir, pois deseja estar com os pais.
Crianças devem dormir sempre no mesmo lugar. A troca constante de camas ou outros locais para dormir prejudica o desenvolvimento de uma rotina para a criança.

Quando se tratar de pais separados, é importante que os pais façam o possível para manter a rotina e objetos iguais (como cobertores e travesseiros), principalmente das crianças bem pequenas, seguindo a mesma estrutura e rotina. Caso os pais não queiram que a criança durma na cama deles, é importante levá-la para a própria cama quantas vezes forem necessárias, até que seja estabelecida uma rotina.

Pais que desejam realmente que os filhos durmam em suas próprias camas devem estimular esse hábito constantemente. As crianças, logo que aprendem a falar, já apresentam capacidade de sonhar: as pequenas costumam não lembrar do que sonharam, mas há casos em que o sonho se repete por muitas vezes e a criança poderá acordar assustada (pesadelos).

Nesse caso, é necessário procurar um pediatra. É importante registrar que alguns pais enfrentam muitas atividades diárias para a criança e, dessa forma, ela acaba não descansando. Pela manhã, natação; depois, balé; descanso para o almoço; então a escola e no fim do dia a criança está exausta e se for muito novinha, o desgaste físico poderá comprometer sua saúde.

Até mais ou menos três, quatro anos de idade, o descanso após o almoço é saudável e importante para que a criança reponha as energias, mas isso não é uma regra geral, pois algumas crianças dormem bastante e outras não. Há crianças que desde muito cedo abandonam a soneca da tarde e não há porque forçá-las a dormir.

Nenhuma criança vai para cama espontaneamente, sem que lhe peçam e ensinem, sem a existência de regras constantes. Embora muitos pais, depois de um longo dia, desejem alguns momentos a sós, muitos relutam em fazê-lo e acabam por transmitir mensagens confusas à criança, cumprindo parte da rotina, não alcançando a disciplina necessária para permitir que a criança durma sozinha.

Se a criança tem disposição para permanecer acordada, enfrentando todas as atividades, sem um descanso sequer, não há necessidade de se preocupar, porque a soneca da tarde não deve ser uma imposição e sim um prazer.

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