sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Comunicação - prmeiros passos - parte 2

As palavras e orações passam pelo mesmo processo. Enquanto isso, a criança se reconhece como indivíduo único, interagindo com os outros. Usar a linguagem vai exigir da criança o desenvolvimento de habilidades específicas. O uso da percepção na comunicação é intenso: a criança percebe a diferença entre a fala suave e tranqüila da mãe e uma fala suave acompanhada de uma ação agressiva. A confiança na palavra dos pais vai ajudá-la a definir o próprio comportamento lingüístico.

O ambiente em que a criança vive vai possibilitar ou não o aprimoramento dessa linguagem. A criança pode se sentir insegura, inibida para falar, principalmente na presença de estranhos.
Pode ter medo de ser criticada, de não agradar aos pais, educadores e até aos amiguinhos.

No entanto, para que ocorra aprendizagem, é preciso "poder errar" (o erro é construtivo), já que a confiança na própria linguagem depende muito da permissão para a tentativa e para o erro, possibilitando assim um processo tranqüilo na aquisição de novos conhecimentos. Atualmente, parece ser mais fácil aprender com a televisão pela possibilidade da imitação, sem correr o risco da culpa e da vergonha, afinal de contas, a televisão não condena.

Mas não se pode substituir a atitude de aceitação e orientação, que só é possível com a presença física e emocional de pessoas que dêem apoio. Daí a necessidade de os pais atuarem, sendo mediadores para que os recursos tecnológicos sirvam de forma adequada no desenvolvimento da linguagem e da educação.

A linguagem é um recurso que possibilita a comunicação entre as pessoas pela sucessão ordenada de palavras que expressam pensamentos. O pensamento antecede a linguagem, mas esta é o sinal falado ou escrito que influencia o pensamento. É comum percebermos a criança falar muito rápido sobre algo que deseja. Então não conseguimos entender claramente, pois a linguagem não conseguiu acompanhar a velocidade do pensamento.

Quando há troca de influências entre o pensamento e a linguagem, obtemos o desenvolvimento intelectual, ou seja, a linguagem constitui o sujeito que supre suas necessidades individuais e promove a interação social. Quando há dificuldades na constituição da linguagem, há conseqüentemente danos em todas as áreas do desenvolvimento.

A falta de articulação do pensamento é um problema que resulta em dificuldades na articulação verbal. A má pronúncia das crianças nas primeiras fases deve-se a vários fatores. Em primeiro lugar, pode haver problemas na maturação dos órgãos. Essas "situações" podem ser superadas com exercícios específicos, realizados por um profissional da área, se não houver danos constitucionais.

Outro fator pode ser a percepção imperfeita dos estímulos na fase de imitação dos sons ou ainda a falta de habilidade em reproduzi-los. A vocalização incompreensível , tende a desaparecer até o terceiro ano de vida. Obter o domínio do nome das coisas é um grande passo na compreensão da linguagem e da própria identidade.

Começando a utilizar as formas gramaticais, a criança descobre as diferenças entre ela mesma e os outros. Por esta razão, na linguagem infantil os pronomes pessoais aparecem por último, comprovando a maior consciência que a criança tem de si. Até a faixa etária de 3 anos, a maturação do sistema nervoso central e de todos os órgãos que capacitam o indivíduo para a utilização adequada da linguagem deverá estar completa.

Caso isso não tenha ocorrido, a superação dos problemas de imaturidade só se dará pela aprendizagem especializada ou ocorrerá mais tarde, mesmo porque não existe uma regra rígida para a maturidade acontecer. O ambiente em que a criança vive é que vai possibilitar todo o desenvolvimento, pois ela vai adquirindo autonomia e apropriando-se do mundo a sua volta.

Na prática, existem interferências de cunho emocional (por motivos diversos) que podem impedir ou retardar a boa articulação de palavras e do pensamento. Articular significa utilizar todos os elementos da oração em uma gramática que reconhece o sujeito e a ação, definindo o nome das coisas, dando-lhes atributos e relações.

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