segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mordidas

Depois dos seis meses, os primeiros dentinhos começam a nascer. A coceira e a pressão na gengiva deixam o bebê bastante incomodado, exigindo da mãe e/ou responsáveis muita paciência e atenção. É comum a criança morder o queixo da mãe, tentando amenizar o desconforto. Esse comportamento faz parte do seu desenvolvimento.

Quando os dentes já estiverem formados, por volta dos dois anos, essa necessidade deixa de existir.

Crianças entre um e dois anos estão sujeitas a passar por essa fase de mordidas, que é um comportamentopassageiro, e na maioria das vezes uma manifestação natural da agressividade, geralmente a primeira delas. Crianças que mordem, brigam e trocam tapas entre si costumam preocupar bastante os pais. Sabemos que a situação não é fácil, mas sempre existe solução, que evidentemente começa em casa.

A criança que morde um colega está, na verdade, extravasando uma emoção que desejaria dirigir contra outra pessoa, diante da qual está se sentindo indefesa (amiguinho, professor, irmão mais velho) ou procura uma forma de lidar com a frustração. A mordida funciona como uma maneira satisfatória da criança dizer que não é mais um bebê indefeso.

Persistir no erro comum de devolver a mordida, para que a criança saiba avaliar o quanto doeu, freqüentemente tem um efeito contrário, pois a criança pode se tornar mais agressiva. O diálogo franco é mais eficiente, possibilitando saber o que a criança está sentindo, esclarecer que não é correto ferir as pessoas, demonstrar compreensão, mostrar na prática como age quando fica com raiva: batendo palmas com força, pulando, dançando etc.

Pode parecer que a criança, principalmente a menor de três anos, não irá entender, mas com certeza estará assimilando tudo que o adulto disser e aceitará as atitudes. O contato corporal é muito importante. Abraçando a criança com mais freqüência, você estará elevando sua auto-estima.

Tentar descobrir a origem do "problema" é a primeira atitude a ser tomada, pois pode ter causas orgânicas, emocionais ou ambas. Daí a necessidade de permanecermos atentos ao comportamento e às mudanças de humor. A criança pode ser hiperativa, não conseguindo controlar sua atenção numa única atividade, fazendo várias coisas são mesmo tempo, machucando se ou quebrando objetos a sua volta.

Para confirmar ou descartar a síndrome da hiperatividade, a criança deverá ser submetida a exames, pois pode ter se tornado hiperativa em função do meio em que vive (ansiedade e super proteção dos pais) e no caso de situações mais complexas, devido a problemas neurológicos.
Muitas crianças agressivas agem desse modo porque os adultos, inconscientemente, satisfazem todas as vontades da criança, incentivando esse comportamento.

A questão do limite não foi definida pela família e as crianças não aprenderam a respeitar os outros, acreditando que seus desejos e necessidades são mais importantes. São os casos típicos de crianças que agridem, batem, mordem sem cerimônia, pois os responsáveis não interferem, deixando que a agressão prossiga. Justificam a atitude com a frase: meu filho é impossível
Nessa situação, há total ausência de limites e de uma boa educação.

É natural que os filhos testem a autoridade e paciência dos pais e/ou responsáveis, em alguns casos até para chamar a atenção, mas os pais não devem se esquecer de permanecerem atentos ao comportamento da criança e a tudo que ocorre a sua volta, pois quem não sabe impor limites precisa repensar seus valores.

Por vezes nos questionamos: existem crianças más? A psicóloga Ana Gray esclarece que, embora não seja comum, há crianças que nascem com a tendência de praticar maldade. Essa característica está presente em seu código genético e, dependendo do meio em que as crianças são criadas, o comportamento pode ou não ser estimulado. Crianças com essas características costumam maltratar animais ou fazer brincadeiras perversas com os colegas, que machucam ou magoam de verdade.

Nesses casos, é necessária a intervenção de um psicólogo e da família, sensibilizando a criança a canalizar suas energias para outras atividades como brincadeiras, esporte, contato com a natureza, mostrando que não existe prazer em provocar dor nas pessoas e nos animais. Não existem receitas prontas para se tratar uma criança agressiva.

Amor, carinho, compreensão, ajuda de profissionais, sensibilidade e bom senso da família podem ajudar a devolver a tranqüilidade, equilíbrio e maturidade para que a criança cresça segura e feliz.

Muitas criança agressivas agem desse modo porque os adultos, inconscientemente, satisfazem todas as necessidades da criança, incentivando esse comportamento.

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