domingo, 14 de março de 2010

A primeira Escola e a Adaptação - parte 1

De repente, o bebezinho começou a andar e já está se preparando para ir à escola. Se a família puder optar, é importante que permaneça com a criança até os três anos, para só então iniciar a educação escolar. Nesta fase, a criança já apresenta maturidade suficiente para se relacionar com os colegas, respeitando normas de convivência, tem controle dos esfíncteres e apresenta vocabulário que permite a comunicação.

Acompanhar esse desenvolvimento exigirá capacidade de dar à criança condições de desenvolver sua personalidade fora de casa, garantindo ao mesmo tempo uma estrutura familiar capaz de acolhê-la de volta quando precisar dividir suas experiências. Além disso, o conhecimento que você tem de seu filho permitirá flexibilidade suficiente para tomar decisões diferentes em cada etapa do crescimento.

Difícil decisão

Se a mãe necessita retornar ao trabalho e não há ninguém que possa se responsabilizar pelos cuidados e pela educação do bebê, será necessário optar por um parente próximo ou por um berçário. Cerca de metade dos pais resolve a situação entregando a guarda da criança normalmente a uma avó. Acredito que é uma boa opção, porque a criança já está adaptada a sua presença.

Além disso, não há necessidade urgente de preocupar-se com a qualidade dos serviços das instituições. Mas é preciso estar preparada para alguns cuidados, pois se existem as duas avós, podem surgir "problemas" diante da opção por uma delas - quase sempre a escolhida é a avó materna.

É importante que os pais esclareçam a maneira e as atitudes que gostariam de ver desenvolvidas na criança, estarem atentos a possíveis mudanças de comportamento. Pais e avós devem procurar falar a mesma linguagem, respeitando as orientações e/ou sugestões de cada um. Não é preciso lembrar que o diálogo é a solução para tudo.

É evidente que se você optou por deixar uma criança sob a responsabilidade de sua mãe ou sogra é porque confia nela.

É evidente que se você optou por deixar uma criança sob a responsabilidade de sua mãe ou sogra, é porque confia nela. Não convém ficar questionando ou ligando do serviço, de meia em meia hora, para verificar se tudo está bem. Essas atitudes geram insegurança, desconforto e até possíveis conflitos. A avó é uma figura especial.

Quem teve oportunidade de ter um colinho de vovó para se aconchegar vai concordar que não há palavras para definir como é importante esse contato, e que sentimentos e lembranças gostosas uma avó pode significar. Ela já criou os filhos e pode agora desfrutar dos netos, sem "estragá-los", é claro.

Estragar? Será que o amor estraga alguém? A criança percebe muito bem que a mãe precisa impor limites ou regras. Também sabe que a vovó vai permitir que ela transgrida algumas dessas regras. Essa cumplicidade entre a criança e a avó é muito saudável. O que não deve acontecer é a avó questionar as ordens da mãe, passando por cima da educação que se deseja.

Os conselhos e palpites da vovó devem ser ouvidos com muita boa vontade e educação, mas não precisam ser seguidos. Muitas das vezes, a avó tem razão em suas observações, mas jamais deve desafiar a autoridade dos pais. A relação de harmonia entre os familiares é o essencial para a criança.

Quando a avó fizer algo (significativo) com a criança sem consultar os pais, o melhor é esclarecer abertamente que a atitude não agradou, sem causar constrangimentos ou mágoas.

Quem quer cuidar dos filhos precisa fazê-lo integralmente: decidir sobre a escola, médico, alimentação etc. A inexperiência de casais ou a sua juventude muitas das vezes faz com que responsabilidades sejam delegadas para as avós, que depois não admitem a interferência dos pais, o que é muito desagradável. Definir limites na atuação da avó é o ideal para evitar qualquer tipo de constrangimento.

É pela mediação com o meio e com a apresentação de significados que, gradativamente, os signos existentes nas atividades sociais diversificadas vão sendo incorporados pela criança e passam a ser tornar simbólicos de sua relação com o mundo.

"A criança atua nesse processo como um ser ativo, que desempenha um papel importante nas interações (Vygotsky). A criança tem assim a possibilidade de ser influenciada pelo meio e também de atuar sobre ele, transformando-o, re-significando-o, numa construção mútua, onde tanto a criança, como o adulto, desenvolvemse (Wallon; Vygotsky) ".

Existem poucos estudos documentando e investigando como se dão os processos de adaptação de bebês à creche, em especial no que se refere à criança menor de dois anos.

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