quinta-feira, 6 de maio de 2010

Mudanças práticas que tornaram a maternidade mais fácil

Da Gestão a Hora da Escolinha, uma série de esforços ajudam as mães


"Padecer no paraíso" é uma situação que nunca vai mudar
para quem já sabe o que é ser mãe. O fato é que isso
se tornou uma tarefa mais fácil hoje do que era na
época das vovós, devido a alguns avanços. Desde a fase
da gestação até a educação dos filhos, algumas
melhorias vieram para facilitar a vida da mãe.

A gravidez é assistida pelo médico desde o primeiro
mês, os exames evoluídos permitem prever problemas no
desenvolvimento do bebê e até o parto está menos
dolorido. A seguir, veja o que facilitou a jornada das
mamães.



O teste deu positivo



Hoje o pré-natal é obrigatório e medida
essencial para toda a mãe que quer garantir a saúde e
bem-estar do bebê. "O ultrassom só se difundiu há
aproximadamente 15 anos.
Antes disso, fazíamos exames medindo a barriga da mãe
para supor qual era o tamanho do bebê e o coração
era escutado através de um estetoscópio", diz a
ginecologista Maria Cecília Erthal. Hoje, o ultrassom
está à disposição de todas as gestantes nas redes
pública e privada. "Esse exame é importante na medida
em que detecta uma série de problemas, tais como
alterações genéticas que podem causar Síndrome de
Down e verificar se todos o aparelhos morfológicos da
criança estão funcionando", conforme indica a
especialista.

vó e neto - foto: Getty Images

Os nove meses inesquecíveis da gestação têm hoje maiores
possibilidades de cuidados com a saúde como, por
exemplo a reposição de ácido fólico, indicada três meses
antes da gravidez para evitar má formações no bebê
(na espinha e no encéfalo) e a reposição de cálcio no
caso de mães que terão gêmeos, já que eles consomem
mais este nutriente - o que não existia há 20 anos.
"Além disso, devido a estudos médicos, hoje se
sabe que o ideal é que a mãe não ganhe mais de 1 kg por
mês durante a gestação, o que não ocorria há algumas
décadas", explica Maria Cecília.

Parto seguro

O parto também se tornou algo menos doloroso e
arriscado. "Há 25 anos não havia a anestesia peridural,
as grávidas apenas levavam uma anestesia no local do
corte". A cesariana também é um grande avanço (salvo nos
casos em que as mulheres a fazem sem necessidade),
pois, há meia década, quando havia alguma complicação que
impedisse o parto normal, a cesariana era bastante
arriscada, pois frequentemente trazia
problemas de cicatrização do corte, os fios de sutura se
rompiam e havia grandes riscos de inflamações.

Cuidando dos filhos

Depois de nascidos, os bebês têm hoje à disposição uma
série de cuidados para preservar sua saúde e
identificar precocemente doenças. "Logo que nascem,
são submetidos basicamente a três exames: o teste do
pezinho (que detecta hipotiroidismo e
fenilcetonúria), o teste do olhinho (para identificar
catarata congênita e retinoblastoma, por exemplo)
e o teste de audição", a pediatra Isabel Rey Madeira,
da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Os avanços no sistema de vacinação também diminuíram
muito os índices de algumas doenças, como poliomielite,
sarampo, rubéola, pneumonia, e meningite - o que ocorreu
há mais ou menos 20 anos.


mãe lê para bebê - foto: Getty Images


Também houve avanços em relação às leis de
licença-maternidade, que permitem uma maior interação
entre a mãe e o bebê, facilitando o aleitamento. A
licença surgiu no Brasil em 1943 e, sendo paga pelo
empregador, causava uma restrição para as mulheres
no mercado de trabalho.

"Apenas nos anos 70 os custos da licença
maternidade passassem a ser pagos pela Previdência
Social, mas a mulher gestante ainda não tinha
garantia de emprego, e muitos empregadores
dispensavam as mulheres", diz a médica. Apenas na
constituição atual, de 1988 é que a estabilidade durante
esse período passou a ser garantida pelo empregador.
Recentemente, foi aprovado um projeto de lei que
estabelece seis meses de licença-maternidade para as
mães.


Educação além das creches

Há algumas décadas não havia opções de maternais para os
pequenos e as mães não podiam voltar a trabalhar
tão rapidamente (ou mais tranquilas) como fazem hoje.
De acordo com Jaqueline Delgado Paschoal, docente na
área de Educação da Universidade Estadual de
Londrina há mais de um século, surgiram
instituições voltadas para a educação das crianças
pequenas. Inicialmente tinham uma função
assistencialista de atender a crianças pobres, filhos de
uniões ilegítimas, de mães solteiras, desamparadas e
órfãs. "Mais recentemente, essas instituições passaram
a ser frequêntadas por uma grande quantidade de
crianças, cujas mães trabalham fora", diz ela.

Apesar da praticidade, existe um dilema em grande
parte das mães que deixam seus filhos (às vezes, ainda
bebês, com menos de seis meses de idade) em uma
creche ou escolinha. Quando observam e analisam com
muita atenção se o local é seguro e confiável, as mães
podem ficar tranquilas, pois isso não prejudicará a
educação da criança se ela tiver uma base sólida em
casa. "Quando as crianças eram educadas em casa, havia
a desvantagem de que os pais não entendiam algumas
especificidades em relação à infância que os bons
profissionais da educação têm e acabavam não dando
tanta importância às diferenças desse período em
relação à vida adulta. Hoje, eles podem contar desde cedo
com a ajuda de profissionais, porém a educação dos filhos deve ser
também responsabilidade dos pais - que devem sempre
estar por dentro dos métodos e da rotina do filho na
escolinha", diz Jaqueline.


Fonte: Minha Vida

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