quinta-feira, 6 de maio de 2010

Chupar o dedo - como lidar com esse habito dos filhos

O
dedo é ainda pior que a chupeta e um estudo

revela que ambos podem afetar o

desenvolvimento da fala da crianças


dedo ou chupeta


Ana Paula Pontes e Patrícia Cerqueira

Você está com dificuldade

de tirar a chupeta do seu filho? Saiba que

não está sozinha. Muitos pais ficam

apreensivos na hora de eliminar esse

acessório da vida das crianças. Assim como

chupar o dedo, esse hábito é aceitável até

os 2 ou 3 anos. Crianças de 4 ou 5 anos já

devem estar longe do dedo, da chupeta e

também da mamadeira.

Cientistas da Universidade de Washington

analisaram 128 crianças entre 3 e 5 anos e

revelaram que aquelas que usaram chupeta por

pelo menos três anos apresentaram mais

chance de ter dificuldades para falar se

comparadas àquelas que não tinham o hábito.

O mesmo risco apareceu para quem chupava o

dedo.

O estudo ainda mostrou

que crianças que eram amamentadas por mais

tempo (em torno de 9 meses) tinham menos

chance de ter problema. De acordo com os

pesquisadores, sucções fora do aleitamento

materno, como chupeta, dedo e até mamadeira,

podem ser prejudiciais para a criança, porém

outras pesquisas são necessárias para

comprovar esses resultados.

Para ajudar você a tirar

as dúvidas mais comuns de quem está passando

por essa fase de eliminar a chupeta e o dedo

do dia a dia do filho, selecionamos algumas

dicas sobre o assunto:

Toda criança adquire o hábito?
Alguns bebês sugam o polegar desde a fase

intra-uterina. É um reflexo de sucção. A

chupeta, oferecida pelos pais, pode ou não

ser aceita pela criança, dependendo de sua

necessidade de sucção. Para algumas, sugar o

peito da mãe basta. Outras precisam mais,

relaxam, acalmam-se com a chupeta. Mas não

há aí relação com a personalidade futura do

filho. Sugar é a forma que os bebês têm de

se acalmar.

É pior chupar dedo? Por quê?
É pior, pois será mais difícil a criança

abandonar o hábito. O bebê não pega a

chupeta sozinho, mas pode colocar o dedo na

boca mesmo dormindo.

Dedo ou chupeta fazem mal para os dentes e

para a fala?

Sim. A posição da língua na boca fechada é

atrás dos incisivos centrais superiores (os

dois dentes da frente). Na sucção, ela fica

abaixo da chupeta em movimento de vai-e-vem.

Isso muda as relações entre os músculos da

face, deixando o palato mais alto, os dentes

mais protrusos e a musculatura não

adequadamente desenvolvida. Mas leva tempo

para acontecer. Uma criança de 5 anos que

chupa dedo ou chupeta corre mais risco de

ter todos esses problemas.


Quando o hábito deve ser interrompido?


Por causa dos problemas citados, é aceitável

manter esses hábitos até no máximo os 3

anos, quando ainda é fácil corrigi-los. A

maioria das crianças abandona o uso da

chupeta nessa época. A sucção do dedo pode

demorar mais, por estar muito acessível.

Porém, o melhor é interromper esses vícios o

mais cedo possível. Quando prolongados

demais, o risco de problemas bucais aumenta.

Há casos em que apenas a colocação de

aparelhos nos dentes permanentes poderá

corrigi-los.

Qual é a melhor maneira de fazer a criança

largar?


Não tem
um jeito fácil de deixar

hábitos. Mas colocar substâncias ruins no

dedo ou na chupeta está fora de questão. O

melhor é proporcionar à criança um ambiente

tranqüilo, seguro e elogiá-la, sem exageros,

sempre que não estiver sugando. Não convém

também fazer chantagens (oferecendo prêmios

para que a criança pare com a mania),

ameaças ou comparações do tipo "você fica

feia quando chupa o dedo". O ideal é nem

mencionar muito o hábito, para que não ganhe

proporção além da conta. O recomendável é

levar a criança a abandonar o dedo ou a

chupeta aos poucos, apresentando-lhe outras

opções de distração que usem as mãos. No

caso da chupeta, é possível tomar algumas

medidas. Não deixe mais de uma chupeta

acessível à criança e evite mantê-la presa à

sua roupinha para que não seja usada com

freqüência. Restrinja o uso apenas para a

hora de dormir e retire a chupeta logo que a

criança adormecer. Não mergulhe a chupeta em

substâncias doces nem a ofereça toda vez que

a criança manifestar insatisfação e desejo.

Há circunstâncias mais favoráveis à

retirada?



Não é boa hora retirar a chupeta se a

criança estiver passando por alguma situação

nova, de mudança, em casa ou na escola. Uma

coisa de cada vez. Mas o nascimento de um

irmão, por exemplo, não é justificativa para

que o mais velho fique com chupeta (ou

mamadeira) pelo período que o outro estiver

usando. Dessa forma não se está protegendo,

mas prejudicando o mais velho em seu

desenvolvimento.

Quando a criança reage muito mal à retirada

da chupeta, é aconselhável devolvê-la?


Deve-se
limitar o uso da chupeta

gradualmente, desviando a atenção para

outros objetos, dando mais apoio e segurança

ao filho. Mas chorar é a reação normal e

esperada de qualquer criança. Nada

agradável, mas esperada. Os pais precisam

estar de acordo com o momento da retirada.

Porque, se um dos dois não está convencido,

provavelmente o hábito vai permanecer. É

comum ter pena da criança como se ela

estivesse perdendo algo bom, importante.

Mas, se ela não pode nunca chorar sem causar

extrema ansiedade na família, provavelmente

a chupeta se tornou importante para os pais.

E um filho considera importante,

estressante, perigoso, amedrontador o que os

pais acham.

Que reações a criança costuma ter na hora de

abandonar o dedo ou a chupeta?


Um pouco
de ansiedade, insegurança,

birra e possivelmente acordará um pouco mais

à noite. É comum. Mas, em geral, dura pouco.


É recomendável oferecer a chupeta para a

criança deixar de chupar o dedo ou permitir

que pegue o dedo ao abandonar a chupeta?



Pegar o dedo após a chupeta não é comum,

mas, tanto em uma situação quanto na outra,

não há vantagem em trocar de hábito. Melhor

seguir firme nas tentativas, nunca castigar,

dar proteção e muito reforço positivo, além

de distrair a criança com outras opções. Ela

mesma vai se encantar ao descobrir que há

coisas mais interessantes no mundo do que

chupar o dedo ou a chupeta.



Fonte: Filhos Adotivos

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