domingo, 28 de fevereiro de 2010

Cientistas dizem estar pertos de criar 'tradutor' de choro de bebês

"Bebê chorando"

Um grupo de cientistas japoneses desenvolveram um programa de computador capaz de analisar o choro dos bebês. Por enquanto, o sistema consegue diferenciar o choro decorrente de alguma dor dos demais tipos.

Os pesquisadores acreditam que, em breve, o tradutor do choro dos bebês poderá dizer aos pais se seus filhos então com sono, fome, precisando trocar de fralda ou com dor.

Nos resultados divulgados na mais recente edição do International Journal of Biometrics, os japoneses afirmam que conseguiram um índice de 100% de acerto em seus testes para diferenciar quando o bebê chora porque está com dor de quando chora por outras razões.

Para conseguir isso, o sistema desenvolvido analisa a frequência e a potência do choro para classificá-lo.

Apesar de estarem usando uma grande estrutura de computadores para realizar a análise, os cientistas acreditam que a técnica poderá ser implantada em monitores portáteis ou até mesmo aparelhos de celular.

A empresa te tecnologia espanhola Biloop já havia lançado em novembro do ano passado um ("Tradutor de choro", em inglês). Segundo a empresa, os testes teriam comprovado que o programa acerta 96% das vezes, mas nem todos os consumidores concordaram.

Tomomasa Nagashima, professor do Instituto de Tecnologia Muroran, em Hokkaido, no Japão, e um dos líderes do projeto, diz que a tentativa de ajudar os pais a interpretar o choros dos bebês realmente não é nova, mas que os monitores do futuro poderão traduzir o choro dos bebês para que os pais saibam o que significa com absoluta certeza".

BBC Brasil

Amamentação - parte 1

Amamentar é uma capacidade comum a todas as mulheres... É preciso acima de tudo querer dar de mamar. O leite materno é o melhor alimento para o bebê: possui nutrientes que o bebê precisa, nos primeiros seis meses de vida, e nas quantidades exatas.

Contém açúcares, sais, proteínas, vitaminas e outros componentes. Os principais minerais encontrados no leite humano são: cálcio, potássio, fósforo, cloro, sódio, ferro, cobre e manganês, essenciais para a formação do sangue, vitaminas A e E, além de ser facilmente digerido e absorvido.
O vínculo afetivo que se estabelece entre a mãe e filho proporciona um melhor desenvolvimento emocional da criança e facilita seu relacionamento com outras pessoas. O bebê que mama é mais seguro e tranqüilo.

Quem mama no peito adoece menos, porque o leite materno é livre de bactérias e contém anticorpos que funcionam como uma verdadeira vacina, protegendo o bebê.

Esses bebês têm menos doenças alérgicas, infecciosas e respiratórias. O bebê que mama tem melhor desenvolvimento físico e neuromotor. A mamadeira altera a arcada dentária, pode causar complicações fonoaudiológicas e cáries precoces. O bebê alimentado apenas no seio nos seis primeiros meses não precisa tomar água. O leite materno contém água na quantidade certa, mesmo em lugares quentes e secos. Entre outras vantagens, evita a contaminação por agentes que causam doenças como a cólera e diarréia.

O leite materno não é fraco. É sempre o melhor alimento e o mais nutritivo encontrado na natureza, oferecendo nutrientes importantes, ajudando a evitar uma série de doenças.
A amamentação é econômica para a família. Bebês que são amamentados adoecem menos. Bicos, mamadeiras, leites infantis, gás, remédios e complementos podem custar metade de um salário mínimo por mês.

É preciso que as mães sintam-se motivadas e acreditem realmente que amamentar é a melhor opção para o bebê. Exercícios de preparação dos mamilos são importantes para adaptação da sucção que o bebê irá fazer no ato da mamada. Mamilos não preparados dificultam a amamentação e podem contribuir para que a mãe desista de amamentar.

Daí a necessidade da mãe acreditar no poder da amamentação quando o bebê ainda estiver no ventre, preparando os seios e a mente para as vantagens desse ato. A mãe pode adotar procedimentos para o fortalecimento dos tecidos aureolar e mamilar, como tomar banho de sol nos seios, friccionar a toalha nos seios, fazer uso de sutiã adequado, lavar com bucha sem sabão os mamilos.

Meu filho não quer comer; e agora?

Esqueça distrações e aprenda como não sair do sério com as birras
A cena é conhecida por nove entre dez mães: depois de horas no fogão, preparando a refeição perfeita para o filhote, ele simplesmente se nega a experimentar. V

ocê faz aviãozinho, monta uma carinha engraçada no prato, usa toda a sua lábia, inventa histórias, promete mundos e fundos se ele provar... mas aquele bebê tão fofinho se revela um monstrinho teimoso, que não tira a mão da frente da boca. Se forçar, pior ainda: ele cospe tudo, faz que vai vomitar e ainda abre o berreiro. Resultado: você troca o jantar por um iogurte, fica frustrada e o pequeno ainda se alimenta mal. E agora?Para começo de conversa, saiba que negar comida é um comportamento perfeitamente normal entre as crianças.

A nutricionista Teresa Bello explica que a falta de apetite pode ocorrer por diferentes motivos até mesmo chamar sua atenção, porque o pequeno logo percebe a importância que os pais dão à refeição.O que não é normal é isso virar hábito, colocando em risco a saúde do seu filho e transformando cada refeição num tormento. Se é o seu caso, vá ao pediatra, porque só um longo tratamento de reeducação pode transformar esse comportamento.Se a negação acontece só de vez em quando, ou se você tem a sorte de não ter passado por isso ainda, tanto melhor, porque está em tempo de prevenir.

Ensinadas desde bem pequenas, as crianças podem aprender a gostar de qualquer tipo de alimento. Como mudar um hábito é sempre muito difícil, é essencial passar aos pequenos costumes saudáveis desde cedo. Para ajudá-la, reunimos com a ajuda da nutricionista Teresa dicas simples e eficazes para ensinar o pimpolho a comer bem e com prazer.Até os seis meses, seu filho não precisa de nada além do leite materno. Nesse período de vida, oferecer só leite materno é mais do que suficiente, pois ele supre todas as necessidades do bebê e ainda protege contra doenças, evita diarréia, fortalece a musculatura do rosto e previne problemas de fala.

Assim, a oferta de chás e água é desnecessária e ainda pode prejudicar a sucção do bebê. Seja um bom exemplo. Quando nasce, a criança tem nas papilas gustativas, localizadas na língua, a determinação genética das preferências e aversões alimentares que terá ao longo da vida. Entretanto, a influência do ambiente em que ela vive, o exemplo dos pais e as experiências positivas ou negativas podem ser mais fortes que a genética.

Ou seja, talvez sua filha naturalmente não se sinta atraída por carne vermelha, mas com o hábito em casa, pode aprender a gostar. Maus exemplos e preconceitos também são ensinados desse jeito. Talvez ela seja uma fã de frutas por natureza, mas se você não tem o costume de comê-las e ainda faz cara feia quando lhe oferecem uma maçã, é provável que sua filha também adquira resistência a esses alimentos. Depois não adianta exigir que a criança goste de pratos que os próprios pais não comem. Não insista demais.

Mãe sempre acha que o filho está comendo pouco e acaba forçando o pequeno a comer mais do que ele precisa ou agüenta. A oferta de um volume de alimentos maior do que a capacidade gástrica da criança diminui o prazer de comer do bebê e aumenta a ansiedade dos pais , alerta a nutricionista Teresa. Não tente bancar a chef de cozinha testando várias misturas. Prefira os alimentos básicos e introduza-os um a um na alimentação do bebê, gradativamente.

É no primeiro ano de vida que a criança conhece novos sabores e aprende sobre as texturas dos alimentos, e cabe a você apresentá-los ao pequeno e identificar uma possível intolerância ou alergia. Ofereça uma fruta, um legume ou uma verdura de cada vez, na forma de papa ou purê, amassado com o garfo, nunca liquidificado.Aposente de vez o aviãozinho.Inventar técnicas para fazer o filho abocanhar a comida, como distrair com um brinquedo ou com a televisão ligada e camuflar o alimento não educam para o prazer de se comer bem.

Podem até funcionar na hora, mas perdem rápido seu efeito e você vai ter que exercitar muito a criatividade para criar tantas novas artimanhas. A hora de comer é hora só de comer, prestando atenção aos sabores, texturas, aromas, cores... Substitua o alimento recusado por outro do mesmo grupo nutricional. Você insiste no brócolis mas o bebê cospe tudo, abre o berreiro e provoca ânsia de vômito? Tente espinafre. Rejeita o feijão? Ofereça a lentilha.

Insistir exageradamente em um alimento específico pode diminuir o prazer com o ato de comer, reforçando a falta de apetite , explica Teresa. Também vale mudar o jeito de preparar. Ela não quis espinafre refogado? Ponha as folhas no suflê, na omelete, no sanduíche... Lançar mão de ervas e condimentos como pimenta, páprica e curry também pode ajudar muito. A idéia não é encobrir o gosto, mas deixá-lo mais interessante.

A criança deve comer primeiro com os olhos. Nada de gororobas misturadas. Ofereça as comidinhas em porções pequenas e coloridas, dispostas no prato em porções separadas e divertidas. De preferência, que ele possa comer sozinho, com as mãos até. Deixe que ele descubra as cores, formas, texturas e faça combinações como quiser. Transformar o chato prato-feito em uma refeição lúdica aumenta as chances do pequeno experimentar novidades e aprender sobre o sabor de cada alimento. Assim como o humor, o apetite pode variar de um dia para outro. Instabilidade alimentar é normal. Comeu pouco hoje? Compense os nutrientes no dia seguinte.

Mas é bom deixar claro: compensar em qualidade, não em quantidade!Não tenha medo de impor limites. Já foi comprovado que a criança nasce com preferência para o sabor doce e resistência ao amargo. Por isso, é normal preferir chocolate a espinafre. O problema está em deixar de ingerir o alimento saudável e abusar da guloseima. Até um ano de idade, seu bebê possui um estômago mais sensível, que pode ser irritado pelas substâncias presentes nas porcarias , como enlatados e refrigerantes. Isso compromete a digestão e a absorção nos nutrientes.

Resista às birras e estabeleça limites, seguindo horários fixos para fazer as refeições e insistindo em uma alimentação nutritiva. Use a regra do três. Se seu filho está na fase de contrariar, é bem capaz que diga não só por esporte. Drible as negações propondo um trato. Ele terá que provar cada alimento três vezes para ter certeza de que não gosta. São três garfadas: a primeira para descobrir que gosto tem, a segunda para saber se é bom ou ruim, e a terceira para ter certeza.

Você vai se surpreender ao ver como a terceira garfada faz crianças mudarem de opinião! Se ele realmente não gostar, cumpra a sua parte no trato e deixe a comida de lado ao menos por essa refeição. Alimento não é recompensa e muito menos castigo. Nada de se comer a salada pode comer a sobremesa ou vai ficar sem ver TV se não raspar o prato . Também não invente de fazer o jogo dele, em chantagens do tipo se comer tudo, a mamãe vai ficar feliz e você vai ganhar uma surpresa . A comida não deve ser vinculada a sentimentos nem prêmios.

Dentro do nível de entendimento da criança, ensine por que é realmente importante comer determinados alimentos: a cenoura é boa para a pele e os olhos, o macarrão e o arroz dão energia e o feijão deixa forte... Não ceda à chantagem da greve de fome. Ele não quer comer o jantar balanceado e insiste em tomar sorvete. Para não deixar o pequeno de barriga vazia, você topa a chantagem e deixa ele se lambuzar à vontade, depois de prometer que vai comer direitinho na próxima refeição. Sabe o que vai acontecer? No dia seguinte, seu espertíssimo filhote vai recorrer à mesma tática, se negando a comer o que é certo, em troca dos seus alimentos preferidos.

Não caia nessa. Se ele não quer comer o jantar nem nenhuma das alternativas saudáveis que você ofereceu, deixe ele ir para a cama de barriga vazia. Fome só de sorvete (ou chocolate, ou bolacha, ou pão...) não existe.Não deixe os lanchinhos melarem a disciplina. Na hora do almoço ele não quis comer nada, mas uma hora depois estava pedindo pelo lanche e se entupiu de biscoitos.

Não deixe! Seja firme: se a criança disse que estava sem fome no almoço, vai ter que esperar até a hora certa do lanche e quando ela chegar, vai ter que se contentar com a quantidade correta, mesmo que a fome seja maior. Continuou com vontade? Ensine a ela a guardar a barriga para o jantar. Depois de alguns dias, seu filhote vai perceber que não tem jogo e é melhor comer o almoço inteiro para não ficar com vontade depois.

O lanche da escola deve ser uma continuação da refeição em casa. A formação de um hábito alimentar saudável continua fora de casa. Para as crianças que fazem as refeições na escola, cabe aos pais conferir se o cardápio é variado, se é elaborado por um profissional e a forma como são apresentados os alimentos. Se o lanche é levado pronto de casa, é importante acompanhar o padrão da alimentação oferecida pela família.

Informe os avós sobre a alimentação adotada para o bebê. Antes de dizer que avô e avó estragam a criança, converse com eles sobre como seu filho está se alimentando. Se um diz que pode e o outro diz que não, o pequeno fica confuso e não sabe a quem deve obedecer. É importante estabelecer regras para que a criança não adquira hábitos negativos em relação à alimentação , diz Teresa.

Meu filho só quer comer macarrão instantâneo! Roberta Faria é mãe de Gabriela, 7 anos, e penou com os jejuns e as chantagens da pequena que, hoje, come de tudo apesard e ainda adorar uma bobagem A Gabi comia de tudo, mas quando estava com um ano, de uma hora para outra resolveu que só queria macarrão tipo Miojo, que tinha provado na casa dos avós. Não tinha jeito: qualquer outra comida que a gente insistisse, em casa ou na escola, ela negava. Fazia escândalos, vomitava, se arranhava e era capaz de passar dias sem comer nada além de leite.

Aos poucos consegui introduzir outros alimentos, mas nem de longe ela tinha uma alimentação bacana. Para chegar lá, tive que adotar uma linha duríssima. Não foi nem um pouco fácil: durante um ano ela pulou refeições, fez jejuns, muitos berreiros, infernizou a vida das professoras e transformou cada refeição em casa numa tortura para nós duas.

Mesmo cansada, não cedi nenhuma vez: nada de Miojo, nada de porcarias, nada de comer só o que ela queria, nada de ficar sem almoçar e se encher de bolacha no lanche. Adotei o truque das três garfadas, inventei receitas, levei-a para a cozinha comigo e deixei claro que ela pode até não gostar, mas tem que provar e algumas coisas tem que comer mesmo sem achar a maior maravilha. Hoje a Gabi ainda não toma a iniciativa de provar uma fruta nova, mas já come tudo que eu coloco no prato, e diz na escola que sou a melhor cozinheira do mundo.

É um longo e árduo caminho para mudar. Aprendi a lição: o melhor jeito para a criança não comer bobagens é simplesmente não oferecer.

fonte: minha vida

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Amigo Imaginário e fantasias

Entre dois e sete anos, é comum as crianças criarem um personagem invisível. Nessa fase, elas atingiram um certo desenvolvimento intelectual, mas não passaram completamente para o mundo concreto. O mundo real ainda é muito complexo para a criança, por isso ela cria seu mundo, onde tudo pode acontecer e nada fica sem resolução. Nesse mundo existem fadas, monstros e super-heróis que contribuem sensivelmente para o desenvolvimento.

Se tal mundo não fosse criado pela criança, ela não teria coragem para resolver as novas experiências que certamente lhe causam temor, nem poderia enfrentar seus mais íntimos conflitos, como medo de escuro, do trovão, de fogos, do vento, de ficar longe dos pais etc. É a fantasia que lhe permite acreditar que também tem poder, mas é necessário muito cuidado, pois a criança pode se sentir o próprio herói, realizando atos perigosos que podem comprometer sua integridade física.
Portanto, os cuidados devem ser redobrados.

Pais que se preocupam com a influência de monstros e a possível violência dos desenhos mais modernos devem manter a calma, pois os pequenos se identificam com os heróis, que na maioria das vezes são os vitoriosos Essas fantasias servem de equilíbrio para as emoções da criança. EIa aprende a compreender e a respeitar diferentes pontos de vista, o que contribuem para seu desenvolvimento intelectual.

A criatividade e imaginação não sofrem censura: não há regras sociais ditando o que é certo ou errado, permitindo ou proibido no universo particular da criança. Nesse período de transformações e processo de socialização, ela recebe influências de diversos tipos, principalmente dos pais e, depois, dos amiguinhos (sobretudo na escola).

Até que ocorra a transição da fantasia para o concreto, a criança pode inventar algum amiguinho, que pode ser outro amigo, um boneco, animal, ou ursinho que, apesar de invisíveis ou inanimados, ganham vida própria comem, brigam, fazem bagunça, emitem opinião sobre a família.

Os amigos imaginários são capazes de grandes travessuras positivas ou negativas, dependendo é claro de quem analisa a questão. Para algumas crianças, o amigo imaginário é bem real e tem o poder de sujar o banheiro, quebrar pratos, comer sozinho uma barra grande de chocolate.

Ignorar ou desfazer essa figura especial não é uma boa idéia. Com o amigo imaginário, a criança se vê diante da possibilidade de não ter nenhuma de suas ordens ou desejos contestados, pois o amigo é quem fez tudo.

É importante que os pais saibam entender esses momentos, afirmando para a criança: "Olhe, avise o seu amigo que da próxima vez não coma toda a barra de chocolate, pois ele poderá ter uma dor de barriga e vai precisar de ajuda". Dessa forma, a mensagem chega até a criança, que da próxima vez estará mais atenta a esses cuidados.

Confrontar a criança, solicitando explicações mais complexas, não facilita nem resolve o "problema" e a criança poderá ficar confusa. Se os pais optam por aceitar o desafio de adotar o amiguinho, mesmo que temporariamente, precisam participar, observando atentamente o faz-de-conta. Na maioria das vezes, o faz-de-conta é utilizado para extravasar angústias, anseios, carências ou quando a criança sente falta de algo que os pais não estão conseguindo dar, sem ter que se expor aos adultos.

Quando os pais não entendem, cobram e deixam a criança perceber que são contra essa amizade, ela pode se fechar, negando a existência do amigo, vivendo a amizade sempre às escondidas. Mas o amigo imaginário não pode ser uma barreira para que a criança faça amizade com meninos e meninas de carne e osso.

O valor da fantasia é primordial ao desenvolvimento da criança, porém não deve substituir a realidade. Caso essa situação seja excessiva, é importante procurar a ajuda de um especialista, que pode contribuir na solução de algumas necessidades da criança.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Objeto transicional e amigo imaginário - parte 2

Winnicott divide o desenvolvimento da criança em duas etapas:


Etapa 1

Relação de objeto

Essa relação é descrita em termos de experiência do sujeito como ser isolado. Sujeito e objeto são fundidos em um só. O objeto é fruto de projeções e identificações, não existe como algo externo e independente. Com os mecanismos de identificações, o sujeito encontra algo no seu objeto. É bem provável existir alteração no seu eu (sefl. O objeto está sob seu controle onipotente. O ato de se relacionar com o objeto pode ser com um objeto subjetivo, não tendo que ser pertencente à realidade externa, como no uso do objeto.

A realidade externa não importa. Nessa fase, tudo gira em torno do sujeito e do seu mundo de prazer. "O bebê cria o objeto, mas o objeto estava à espera de ser criado e de se tornar um objeto catequizado". (Winnicott)


Etapa 2

Uso de objeto

No uso do objeto, a natureza e o seu comportamento são incluídos. O objeto tem que ser real e existe independente do sujeito. Para que o objeto possa ser usado, é preciso que o sujeito tenha a capacidade de usá-lo.

Essa capacidade será desenvolvida durante a relação do objeto, ou seja, durante o princípio do prazer. A mãe suficientemente boa permitirá a transição da relação ao uso. Num ambiente sadio e suficientemente bom, o sujeito vai amadurecendo até conseguir destruir o objeto e torná-lo externo. O objeto sobrevive à destruição. Partindo dessa sobrevivência, o sujeito se sente seguro para usar o objeto, pois independente de amá-lo ou odiá-lo ele estará ali.

Nesse momento, surge o simbolismo. O indivíduo começa a perceber que o objeto transicional simboliza a mãe, mas não é a mãe propriamente dita, e usa símbolos como brincar de faz-de-conta. Na seqüência relaçãouso, é importante a presença da criatividade, assim a criança cria o objeto a fim de descobrir a própria externalidade.


Conclusões sobre o objeto transicional

É fundamental que o objeto esteja disponível em qualquer momento e lugar, principalmente quando a mãe estiver ausente, psicológica ou fisicamente. Dependendo do tipo de objeto, ele é ou não aceito pelas famílias ou responsáveis pelas crianças. Se é uma chupeta, a aceitação é mais tranqüila se levarmos este objeto transicional para fora de casa, mas quando se trata de um objeto menos aceito culturalmente, há maior resistência, principalmente quando a criança deseja levá-lo para a escola.

Muitas famílias só permitem o objeto transicional na hora de dormir, o que aumenta a ansiedade durante os momentos em que a criança necessita do objeto por um motivo interno ou externo. O objeto passa a ser posse da família, que dita os momentos em que estará disponível. É de fundamental importância a disponibilidade do objeto transicional para a continuidade no desenvolvimento psíquico da criança. A ruptura do objeto pode destruir o seu significado, não permitindo a transição a que se presta.

No início de seu relacionamento com o objeto, a criança o exige somente para dormir ou em momentos de solidão, angústia etc. Com o decorrer do desenvolvimento psíquico, ela o quer junto de si em qualquer momento ou lugar. A fase em que esta procura aumenta significativamente é chamada por Mahler de reaproximação (entre 14 e 24 meses).

É de fundamental importância a disponibilidade do objeto transicional para a continuidade no desenvolvimento psíquico da criança.

Nesta fase, há um sentimento de culpa porque a criança deseja tornar-se independente da mãe e individualizar-se. A criança acredita que, se ela deseja se tomar independente, a mãe também o quer, e tem medo de perder o amor do objeto (mãe). Diante desse sentimento de culpa, a criança busca "reaproximar-se" da mãe, exigindo proximidade e disponibilidade maior dela.

A criança terá maior necessidade de resolver esta transição de dependência relativa rumo à independência; a transição de uma mãe interna para uma mãe externa. Logo, o uso do objeto de transição vai se intensificar. Um ambiente sadio e uma mãe suficientemente boa é que permitem que o objeto transicional exerça suas funções em toda a plenitude.

Quando os pais aprendem a reconhecer a utilidade e as particularidades do objeto transicional, tornam-se bem mais tolerantes em relação ao seu uso. Assumem que o filho utiliza esse instrumento para se sentir mais confortado e seguro e não permitem que os outros zombem do comportamento da criança.

É claro que existem os que não suportam o cheirinho de uma fralda ou de um bonequinho que a criança não larga, impedindo que o objeto transicional seja lavado, com receio de que perca seu odor e textura característicos. O tato e o olfato estão entre os primeiros sentidos a serem desenvolvidos pelo bebê, por isso são dois fatores de identificação.

É por eles que o bebê reconhece a mãe: cheiro de leite e toque afetuoso. Por esta razão, qualquer grande mudança no aspecto do objeto transicional pode deixar a criança confusa e insegura.
Enquanto o objeto transicional estiver presente na vida da criança, os pais devem ter paciência para aceitar o agarramento contínuo a uma coisa inanimada.

Só devem se preocupar se este apego se tornar excessivo, pois não deve ser a ocupação principal da criança. Gradativamente ela poderá substituir o ursinho ou paninho por uma devoção absurda a uma pessoa ou outra ocupação (exceção à regra). A tendência natural da criança é deixar de lado o velho companheiro à medida que começa a se abrir para o mundo e a realidade que a cerca.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Objeto transicional e amigo imaginário - parte 1

Segundo o psicólogo D.W. Winnicott, o objeto transicional não é o primeiro objeto, ou seja, não é o primeiro brinquedo, ursinho, dedo etc. O objeto transicional diz respeito a "primeira possessão" da criança e também, a uma "área intermediária" entre o subjetivo e o que é objetivamente percebido. A "primeira possessão" refere-se ao objeto que não faz parte do corpo do bebê, mas que também não foi ainda reconhecido como parte da realidade externa.

A "área intermediária", que poderíamos chamar de TESTE DE REALIDADE, é um "estado intermediário entre a inabilidade de um bebê e a sua crescente habilidade em reconhecer e aceitar a realidade" (WTinnicott, 1978).


É uma área intermediária entre:

. Polegar e ursinho (o polegar teria uma função de sucção, sem fim transicional) ;

. Erotismo oral e a verdadeira relação de objeto;

. Atividade criativa primária (primeiras experiências: cheiro de algo, fantasias, imaginação etc.) e a projeção do que foi introjetado (experiências culturais, os complexos, o brincar etc.).

. Desconhecimento primário de dívida (a criança ataca a mãe ou o objeto sem ter uma dívida com o objeto atacado) e o reconhecimento desta (sentimento de culpa, medo da perda e reparação).

A "mãe suficientemente boa" (Winnicott) é aquela que permite ao bebê um objeto transicional. É por intermédio dela que a criança poderá prosseguir no seu desenvolvimento de transição do eu para o não-eu, do prazer irreal para o prazer concreto. Essa mãe não precisa ser a mãe natural da criança, e sim a pessoa que a toma sob seus cuidados.

A mãe deve primeiro descobrir seus próprios sentimentos, ser ela mesma, confiar, dar vazão ao ser mãe e ao amor pelo filho. Caso sinta que essa devoção é uma obrigação, os cuidados para com a criança não terão êxito. A mãe precisa crescer naturalmente, ajustar se ao impulso do filho.

Dessa forma, ocorrerá uma união emocional e uma crença na realidade externa, na qual se pode ter ilusões. O seio subjetivamente percebido vai se sobrepor ao objeto subjetivo do bebê. Winnicott associa a ilusão ao seio e a desilusão ao desmame. O seio representa tanto a técnica de maternagem quanto o órgão em si.

É na área intermediária de experiências que está o objeto transicional. A mãe suficientemente boa permite que o bebê tenha a ilusão de que aquilo que ele cria realmente existe (ou de que o seio faz parte dele).

Sendo assim, esta área da ilusão toma uma forma de objeto transicional, pois ali o bebê terá um objeto criado por ele mesmo. Esta é a importante tarefa da ilusão: permitir que um objeto externo represente o objeto interno. Só aí, depois de toda relação e uso da ilusão, é que essa mesma mãe, suficientemente boa, permitirá uma desilusão gradativa, por exemplo o desmame.

A partir desse estágio, a criança sabe que um brinquedo que cai poderá ser recuperado em seguida, sem que precise necessariamente sumir ou quebrar. Pegar o brinquedo do chão e devolvê-lo à criança é uma prova de que ele pode ir e voltar para ela. Essa ação que se repete, tantas vezes quanto a criança deseje, estará fortalecendo a confiança na mãe e, conseqüentemente, no mundo que a cerca, uma vez que a mãe é a referência do mundo.

A função do objeto transicional entra no momento em que a criança brinca com esse objeto estável e disponível. Ele será o depositário (representante da mãe) de seu ódio e amor, sem que tenha que desaparecer. A criança manipula a raiva pela mãe por meio do seu objeto transicional. Os sentimentos de raiva, culpa e reparação permitem que a espontaneidade dela não seja inibida. É a confiança que o bebê deposita na mãe que o torna autoconfiante, o que possibilita autonomia e liberdade.

"João e o Pé de Feijão" e mais 5 peças divertem os pequenos

Sugerimos contatar o local para confirmar as informações
da Folha Online
Leia o roteiro teatral infantil para este sábado (6):
Divulgação

"A Mulher que Matou os Peixes..." retorna aos circuito de peças infantis na capital paulista
1º Festival de Teatro InfantilO evento apresentará teatro de atores, teatro com linguagem circense, teatro de bonecos e animação, performances e mímicos. Oficinas e workshops destinados às crianças, atores e educadores de toda a região também fazem parte do festival.Informe-se sobre o evento

"A Chapeuzinho Vermelho e o Lobo"Nesta adaptação para o conto da Chapeuzinho Vermelho, o caçador é mau, suja a floresta e mata os animais. O lobo só se defende, tornando-se amigo da Chapeuzinho.Informe-se sobre o evento

"A Megera Domada para Crianças"Utilizando a linguagem de clowns, a peça conta o clássico de Shakespeare de maneira lúdica para crianças.Informe-se sobre o evento

"A Mulher que Matou os Peixes... e Outros Bichos"O espetáculo infantil de dança, teatro e vídeo baseia-se em textos da escritora Clarice Lispector.Informe-se sobre o evento

"João e o Pé de Feijão"Encenado com técnicas circenses, o espetáculo da cia. Circo Mínimo acompanha as aventuras de João, garoto que troca uma vaca por feijões mágicos que, depois de plantados, se transformam em um pé de feijão que cresce até o céu e leva João à casa de um gigante.Informe-se sobre o evento

"Panos e Lendas"A peça conta a história do começo ao fim do mundo, utilizando folclore brasileiro, música e brincadeiras.Informe-se sobre o evento

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Função da brincadeira no desenvolvimento infantil - Parte 2

É falso negarmos que hoje a televisão é uma das maiores preocupações de pais e educadores. A televisão se transformou em uma babá eletrônica, gerando uma série de conseqüências no comportamento das crianças. Sociólogos, pedagogos, pensadores e educadores têm buscado esclarecer até que ponto a televisão é responsável por essas alterações.

Muitos afirmam que a televisão estimula o desenvolvimento da inteligência e enriquece a formação da personalidade, outros argumentam que a TV prejudica o desenvolvimento da inteligência e deforma a personalidade. Para alguns, esse meio de comunicação é uma força destruidora, desagregadora da vida decente e normal, capaz de minar as famílias, os padrões tradicionais e a moralidade, colaborando até para a desintegração do sistema social.

Acusam a televisão de corromper crianças e jovens, causar indisciplina nas escolas, promover excessivo materialismo, incitar ao crime, inflamar a violência etc. Outros simplesmente criticam a baixa qualidade das programações que, de certa maneira, causam inércia na atividade intelectual de espectadores muito assíduos.

Partindo do fato de que a maioria das famílias brasileiras assiste à TV durante horas e horas diárias, sem ter uma consciência crítica dos efeitos que ela produz, a maior vítima dessa situação com certeza é a criança. A criança fica deslumbrada pela TV desde muito pequena. Seu desenvolvimento simbólico já não é mais enriquecido com lindas histórias contadas pelos pais, como se fazia antigamente, mas sim empobrecido pelos quadros prontos e acabados mostrados pela TV Com o acesso a Internet, as preocupações se repetem e aumentam.

O que fazer? Na verdade, o que a criança deseja não é possuir dezenas de brinquedos, televisão a cabo, programas de computador, mas sim a presença de pais que possam brincar e conversar com ela. Na verdade, tudo se passa como um faz-de-conta global, que a família deve organizar criticamente. Os pais têm um importante papel com relação ao faz-de-conta. Sua própria experiência pode impedir ou prejudicar o desenvolvimento nesse período.

Por exemplo: a criança que vivencia períodos de fantasia, mas os pais a julgam como mentirosa. O faz-de-conta, que para alguns pode significar uma mentira, é freqüentemente uma realidade na imaginação dos filhos. Criar histórias inacreditáveis e a "convivência" com amigos imaginários podem ajudar a preparar a criança para lidar com jogos mais elaborados, como o da vida, por exemplo.

. Corporal: envolvendo todo o corpo, inclusive a voz.

. Ideativa: incluindo pensamento, imaginação e linguagem.

. Gráfica: com a manipulação de objetos de desenho, tinta, papel e outros materiais plásticos.

. Afetiva: envolvimento emocional com o objetivo em jogo e com os participantes.

. Ideativa: pela ligação aos conteúdos e temas escolhidos.

. Espacial: pela relação com o espaço e a configuração do conjunto formado pela relação entre as pessoas e o espaço.

. Verbal: forma de expressão vocal, incluindo as inflexões e os tons.